Depois de ver por aí muita gente se complicando na hora de comprar ou escolher uma placa de vídeo, resolvi deixar de esperar até meu artigo completo sobre VGAs (que virá dentro da série de artigos sobre hardware) e preparar logo um guia de sobrevivência, a caráter emergencial, com as principais dicas pra você levar em conta na hora de comprar sua amada plaquinha.
1 - Nunca. NUNCA julgue uma placa de vídeo pela memória que ela tem. A memória é apenas o espaço que a placa vai usar pra trabalhar, o que não necessariamente significa que ela vá trabalhar depressa. Há quesitos muito mais importantes, como o GPU (processador gráfico) usado, o tipo de memória (DDR, GDDR2, GDDR3, GDDR4), o barramento de memória (medido em bits) e os “clocks”, ou seja as velocidades de cada componente.
2 - Se a dica acima te confundiu, pense na placa de vídeo como um pequeno computador. Ele tem processador (GPU), “placa-mãe” (o PCB) e memórias (memória de vídeo), tem consumo elétrico e cada componente tem sua velocidade. Seu “PC-de-video” precisa ser balanceado pra poder ser bom, então se ligue em todos os detalhes.
3 - Um bom GPU não tem apenas um clock (em MHz) elevado, mas se comunica com a memória com um barramento razoável (128 ou 256 bits, pelo menos) e tem uma boa quantidade de motores de sombreamento ou de stream processors (unidades dinâmicas que processam geometria, sombreamento de pixels e sombreamento de vértices; existem apenas em placas a partir do DX10). [MUITO cuidado, já que essas informações não estão escritas na caixa da placa]. Ele também deve ter um bom suporte a tecnologias mais recentes, expressas por sua versão de DirectX (atualmente as mais atuais são a 10 e a 10.1, sendo a 9.0c ainda muito comum).
4 - As suas principais opções em matéria de GPU são as séries Geforce e Radeon, fabricadas respectivamente pela nVidia e pela ATI. Há outras marcas de processadores gráficos no mercado, mas não são fáceis de achar e em geral não são muito boas. Outro lado bom é que a nomenclatura das Geforce e das Radeon é relativamente parecida, então é mais fácil comparar e saber a “categoria” da placa pelo nome.
Tenho dois artigos nesse blog com o guia da nomenclatura dos GPUs Geforce e Radeon. Aconselho dar uma lida.
5 - E falando em Geforce ou Radeon, como eu disse, esses são apenas GPUs. A placa em si incorpora o GPU junto com as memórias e todo o circuito impresso (PCB), mas a nVidia e a ATI geralmente fabricam apenas o processador gráfico, ficando a cargo de outros fabricantes montar o resto dos componentes. Por isso existem placas de vídeo “da ASUS”, “da XFX”, “da eVGA”, “da MSI”, “da Gecube”, “da Diamond”... quando na verdade os GPUs são fabricados pela nVidia ou pela ATI e as placas montadas por terceiros. A nVidia chega a fabricar algumas placas, mas são geralmente amostras para testes de placas novas. A ATI sim costuma fabricar placas completas comercialmente, que são apelidadas pelos gamers de “BBA” (“built by ATI”, ou “construída pela ATI”).
6 - Partindo para as memórias, atualmente os tipos mais comuns são GDDR2 e GDDR3, existindo ainda a GDDR4 (o “G” vem apenas de “graphics”, então se alguém disser que a placa de vídeo tem memórias “DDR3” ou “GDDR3”, não se preocupe, ele está falando da mesma coisa). Houve ainda DDR e SDR, mas essas eram usadas em placas mais antigas (Radeon 9200, FX5200, MX440...) e raramente são vistas. Lembrando: o tipo de memória de vídeo usado não tem nada a ver com as memórias suportadas pela sua placa-mãe ou processador, então não há problemas de compatibilidade desse tipo (já ouvi diversas pessoas perguntando se há problemas em usar uma placa de vídeo com memórias GDDR3 numa placa-mãe que só suporta memórias DDR2; a resposta é “não, não tem problema algum”). Numa visão geral, GDDR2 é vista em placas low-end, GDDR3 em Mid ends e High-end e GDDR4 apenas em algumas High-ends específicas.
7 - Um detalhe crucial é o consumo elétrico da placa. Em geral, placas a partir do segmento intermediário (segundo dígito maior que 5, como 8600GT ou 7900GTX) precisam de uma fonte de alimentação com potência REAL (não interessa se “tem escrito na caixa” ou se “o vendedor ta dizendo que é real”. Pesquise sobre a fonte antes de comprar).
Mas por que isso? Simples. Se sua fonte não oferece energia suficiente, a placa de vídeo pode ficar instável, não funcionar direito ou ainda sobrecarregar e queimar a fonte (e a queima da fonte pode levar outros componentes pro lixo também, inclusive a própria placa de vídeo). E as fontes genéricas que geralmente vêm no gabinete não são suficientes pra uma placa de vídeo mais potente. No final, é melhor gastar numa fontezinha melhor do que arriscar queimar sua placa de vídeo numa fonte safada.
8 - Dimensione a placa primeiramente pelo dinheiro que você tem, e pelo resto dos componentes do seu PC (especialmente a fonte). Do contrário você pode acabar ficando sem grana para o resto das peças ou sub/superdimensionando a placa em relação aos demais componentes.
9 - A dica acima merece atenção a um detalhe, ou ela se tornará uma faca de dois gumes: não adianta uma placa estar “dentro do orçamento” se ela não é suficiente pro que você quer ou se tem uma placa que custa levemente mais e traz um benefício bem maior ou ainda se a placa que você está comprando é capada. Por exemplo, não adianta comprar uma 8500GT pra rodar Crysis no máximo; especialmente quando se tem a 8600GT e a HD2600XT por pouco a mais e com quase o dobro do desempenho. E se você só tem grana pra uma 8400GS ou HD2400Pro, é melhor juntar pra comprar uma placa de vídeo melhor de vez.
Do mesmo modo, não adianta investir numa placa “overpower” se o resto do PC não acompanha.
10 - Pesquise antes de comprar. Isso parece meio óbvio, mas é sério, muita gente esquece disso e compra a primeira placa que vê pela frente, ou então cai na primeira (ou segunda) conversa de vendedor que ouve. Prefira reunir todas as informações que puder, e de preferência atualizadas (tecnologias e principalmente preços mudam muito rápido, então é bom estar bem informado).
Enfim, acho que é isso. No próximo artigo, começo o tutorial básico sobe hardware, falando um pouquinho sobre a utilidade de cada componente e, nos artigos seguintes, falando mais especificamente sobre cada uma das peças, os termos técnicos usados e o básico do que vocês precisam saber para entender melhor seu PC. Acreditem, será algo útil.
Bom, depois do guia de placas da nVidia, agora chega a vez das ATI, precisamente as placas da série Radeon. Pros que viram o guia anterior, vai ter pouca novidade; afinal as duas, apesar de serem marcas diferentes, se enfrentam diretamente, então é natural que gostem de manter uma nomenclatura semelhante, que facilite a comparação e o confronto direto entre as duas. Contudo, todavia, porém, há algumas diferenças importantes, como a forte presença de placas remarcadas, placas de uma série em outra, uma separação diferente das placas “capadas” e a curiosa mania de misturar categorias.
Bom, vamos ao que interessa.
O Código
Assim como na nVidia, o código consiste geralmente de quatro dígitos (com uma exceção, que eu vou descrever mais adiante) e, opcionalmente, duas ou três letras no final, sendo que algumas séries têm ainda duas letras no início, como parte do nome de sua geração. A função é a mesma do código descrito no artigo passado: denominar o segmento em que a placa está inserido (low-end, mid-end e high-end) e compara-las internamente em desempenho, além de diferenciar placas de gerações diferentes.
O primeiro dígito (x--- ---)
O engraçado é que aquele X ali em cima realmente existe. Na ATI, essa primeiro dígito também denomina a “geração”, a “série” da placa. A diferença é que um número maior não necessariamente indica uma placa mais recente, por um motivo simples: a ATI já passou da “série 9”. Como não dá pra representar, em um dígito, um número maior que 9 no sistema decimal, o jeito foi voltar pro “1”, mas incluindo letras na frente pra ajudar a indicar a série – e com um detalhe: a série “10” recebeu o “X” no lugar do primeiro dígito, restando apenas três números. Na geração seguinte, o X foi mantido, mas o número voltou a ser de 4 dígitos. Depois, o “X” foi substituído por “HD”, marcando o começo da série focada em exibição de alta definição (suporte HDMI e coisas do gênero) “HD2000”, precedida pela “HD3000”.
Um problema desse dígito na ATI é que nem sempre ele pode significar que uma placa é daquela determinada geração. Isso porque a ATI tem o costume de remarcar placas antigas com nomes novos, mantendo-as mais tempo no mercado e “reposicionando-as” dentro de suas séries mais novas. Isso acontece, por exemplo, com a X1050, que é uma X300 remarcada; note que, com isso, a X1050 não oferece suporte a shader 3.0, característica presente apenas nas outras placas da série X1000, e ainda assim ela recebe o mesmo “indicador de série”.
É basicamente a mesma coisa que a nVidia fez ao remarcar a 6200TC como 7100GS, mesmo sendo baseada no GPU NV44 (que não traz as melhorias presentes na série 7). Só que na ATI isso é bem mais freqüente.
Algumas séries existentes, em ordem da mais velha para a mais nova:
8000, 9000, X, X1000, HD2000, HD3000.
A propósito, o guia de versões de shader de acordo com a série é:
Shader 1.4: Série 8000 (a partir da 8500), Radeon 9200 e 9250.
Shader 2.0: Série 9000 (menos 9200 e 9250) e série X
Shader 3.0: Série X1000 (menos X1050)
Shader 4.0: Série HD2000
Shader 4.1: Série HD3000
O segundo dígito (-x--- ---)
A função desse dígito é classificar a placa entre os setores de destino, entre low-end, mid-end e high-end. Isso serve pra dizer se a placa é de “baixo desempenho e baixo custo”, “intermediária” ou “de alto desempenho”. Ou seja, é a mesma função do segundo dígito na nVidia. Mais uma vez, a variação é de 0 a 9, sendo de 0 a 5 as low-end (e o dígito 5 é a transição para as intermediárias), 6 e 7 as mid-end e 8 e 9 as high-end. Há alguns detalhes aqui, porém: há casos de “invasões” de categoria; geralmente “low-ends com códigos de mid end” (como a X1600 “pura”), e mais recentemente uma “high-end pra concorrer com mid-ends” (o bizarro caso da HD3850, que está concorrendo contra a GeForce 9600GT); além das já citadas remarcações.
Mais uma vez, uma breve descrição de cada segmento:
0 a 5: Low-end. Na ATI, até o número “0” é utilizado, marcando a placa mais fraca daquela série, enquanto que o 5 continua a marcar a placa low-end mais próxima do segmento intermediário. Assim como na nVidia, é imensa a quantidade de placas nessa categoria. Infelizmente, também nesse segmento vemos uma grande quantidade de placas “capadas”, isto é, placas com memória “compartilhada” (conhecida também como “expansível”, “tecnologia” chamada pela ATI de HyperMemory e equivalente ao TurboCache da nVidia), clocks baixos, memórias inferores (normalmente DDR ou DDR2) e barramento de 64bits [e aqui vale um adendo: a ATI costumava marcar as placas de 64bits com as letras “SE” no final. Nas séries HD2000 e HD3000, todas as placas do segmento low-end com dígito 4 são de 64bits). Assim como na nVidia, essas são placas recomendadas apenas para exibição de vídeos e 3D leve ou para ter mais monitores disponíveis /suporte a monitores de alta definição, mas nada de jogos pesados ou edição 3D profissional.
Exemplos de placas desse segmento: 9200, X550, X1300XT, HD2400Pro, HD3450.
6 e 7: Mid-end. O segmento intermediário. Infelizmente, na ATI esse segmento ainda é bastante invadido por remanescentes do segmento low-end (o que inclui até mesmo remarcações, como a X1650, que é uma remarcação da low-end X1300XT). Dentro de uma mesma série de GPUs pode haver uma grande diferença interna, como nas X1600 e X1650 (que tinham sempre 3 tipos de GPU, como “X1600”, “X1600Pro” e X1600XT”, sendo as "sem letra" muito piores que as "XT"). Placas desse segmento podem vir com memórias GDDR2 ou GDDR3, mesmo que tenham exatamente o mesmo GPU, então preste bastante atenção, já que memórias GDDR3 são bem mais rápidas (atingem clocks bem mais altos) que GDDR2. Felizmente, na ATI não há muito risco de pegar mid-ends com barramentos de 64bits (até o momento, são sempre de 128 bits, exceto algumas "sem letra" e SEs); e a memória dessas placas é quase sempre dedicada (são poucos modelos com “HyperMemory”). É nesse segmento ainda que começam a aparecer memórias GDDR4 (presentes atualmente apenas em modelos específicos da HD2600XT e da HD3670).
Em geral, as intermediárias já são recomendadas para jogos e edição 3D leve e possuem uma excelente relação custo-benefício.
Por possuírem um maior consumo elétrico, o ideal é que sejam usadas em fontes de potência real.
Dentro das mid-end, as “600XT” são geralmente as mais recomendadas, por serem boas escolhas para jogos e por ainda assim não serem muito caras. São concorrentes das “600GT” da nVidia. São dessa linha as “9600XT”, “X1600XT”, “X1650XT”, “HD2600XT”, “HD3670” (seria uma “3600XT”, mas seguindo a nova nomenclatura da ATI, que vou explicar depois)
São exemplos desse segmento: 9600XT, X700, X1650Pro, HD2600Pro, HD3650.
8 e 9: High-ends. Mais uma vez o segmento das poderosas. Aqui estão as melhores placas para jogos (e que podem ainda ser usadas em aplicações 3D mais pesadas), para quem pode pagar seu elevado preço. Usam memórias de alta velocidade e GPUs potentes, com várias unidades de sombreamento (ou unidades dinâmicas, se tratando das placas a partir da série HD2000) e clocks elevados, além de elevado consumo elétrico (o que acaba por exigir fontes potentes, na faixa dos 450Watts reais ou mais, dependendo do resto da configuração).
Especificamente no tipo de memória, há uma forte presença de memórias GDDR3, mas a partir das X1000, começaram a aparecer ainda memórias GDDR4. Os barramentos geralmente são de 256bits pra cima, com presença de modelos com 512bits. A quantidade de memória também é geralmente grande, com no mínimo 256MB e um máximo de 1GB de memória (em algumas edições, e geralmente de modelos mais recentes).
Fazem parte desse segmento: 9800XT, X800GTO, X1900XTX, HD2900XT, HD3870.
O terceiro e o quarto dígito (--xx ---)
Aqui entra um importante diferencial. Tudo bem, o 4º dígito ainda é inútil (é sempre "0"), servindo apenas pra deixar o código “mais bonitinho”, mas o 3º dígito tem uma utilidade bem maior, especialmente a partir da geração HD3000, quando a nomenclatura da ATI mudou.
Da geração HD2000 para trás, o 3º dígito possui uma utilidade parecida com a do 3º dígito nos códigos da nVidia, com a diferença de que ela está presente não apenas em leves revisões nos GPUs, mas em atualizações da série e remarcações (como a X1650, que inclui uma revisão de algumas placas X1600 e uma remarcação da X1300XT).
Falando de outro modo, esse dígito mostra que a placa é diferente da anterior, só que não o suficiente pra ser uma nova série. Lembrando que isso vale apenas pra placas de GPU "coincidente" (como X1600Pro e X1650 Pro, X1600XT e X1650XT, X1900XT e X1950XT...). Como eu disse, isso é bem mais frequente na ATI do que na nVidia.
A partir da série HD3000, o terceiro dígito substituiu os nomes "Pro", "XT" e "XTX". Agora "5" significa "Pro" e "7" significa "XT". Aplicando na prática, é como se a HD3650 fosse uma "HD3600 Pro" e uma HD3870 fosse uma "HD 3800 XT". Isso ajudou a "simplificar" mais a nomenclatura das placas.
As Letras (---- yyy)
Em desuso a partir da série HD3000, as letras têm a função de diferenciar placas de uma mesma série de GPUs bem parecida (possuindo o mesmo "nome"). Geralmente há duas "placas base", uma com as letras "Pro" (indicando a mais fraca) e uma com "XT" (indicando a mais forte). Há ainda as placas "sem letra" (chamadas por aí de "Series", "puras" ou "normais"). Lembrando que "Series" obviamente vem de "série", então isso costuma enganar vários compradores, achando que estão comprando, por exemplo, uma X1650XT só porque a placa tem "Seire X1650"; e nesse caso específico, é comporar gato por lebre, já que a X1650 é apenas uma X1300XT remarcada (as duas são baseadas no GPU RV530Pro / Pro2).
Bom, vamos a uma listagem mais organizada, pra entender melhor:
Da pior para a melhor: "SE, sem letra ("Series"), XL, GT, GTO, Pro, XT, PE, XTX."
Dentro de cada segmento (low, mid ou high-end) algumas letras são mais comuns que outras. Tentando organizar isso, temos mais ou menos o seguinte:
Low-end: Atualmente as mais comuns são Pro e XT, podendo haver ainda as "Series" ("normal", sem letra no final). Há ainda as SEs e HMs, que serão descritas mais abaixo. As HMs só existem no segmento low-end, pelo menos nominalmente.
Mid-end: Geralente só são usados "Pro" e "XT", ou então letra nenhuma ("series").
High-end: XL, GT e GTO eram usados em placas mais antigas, assim como as Platinum Editoon (PE) e as "capadas" SEs. Aparecem com frequência as letras "Pro", "XT" e XTX", além da sigla especial "X2"
Siglas especiais:
SE: Significa geralmente uma placa capada por essência. O barramento é sempre de 64bits (exceto para high-ends SE, que podem ser de 128 ou 256bits) e os clocks são mais baixos ou, no máximo, iguais aos da "Pro" ou da "sem letra". São placas mais baratas e com desempenho pior que o normal.
HM: Hyper Memory. É equivalente ao "TC" (Turbo Cache) da nVidia. São placas que "sugam" memória RAM do sistema pra usar como memória de video, complementando a memória interna delas (que geralmente é bem pequena). São as famosas "placas expansíveis", que eu pessoalmente não recomendo (geralmente o barramento é de 64 ou mesmo 32bits e o desempenho é sofrível em jogos).
X2: Equivalente ao "GX2" da nVidia. É uma placa que traz dois GPUs dentro dela. Atualmente o único exemplar desse tipo é a HD3870X2.
Tem ainda uma observação: essas classificações são válidas apenas dentro da série, e no tempo em que ela foi lançada. Isso significa que não adianta achar que uma 9800XT vai continuar sendo considerada uma “High-end” nos dias atuais, ou ainda que uma HD2400XT – atualmente uma low-end – vai ser necessariamente pior que uma X550, uma “mid-end” na sua época de lançamento. Esses segmentos aqui descritos são a classificação interna de cada série, e cabe ao gamer fazer uma pesquisa sobre que placa será mais adequada às suas necessidades, ao seu poder aquisitivo e à época em que ele está.
Vale frisar novamente ainda que a ATI tem o péssimo costume de remarcar placas (pegar placas mais antigas e remarcar com novos nomes sem alterar quase nada), então redobre a atenção nesse sentido.
Por último, essa classificação é apenas para placas Radeon (que é uma série de placas da ATI). Existem ainda outras séries, como a FireGL (para processamento gráfico 3D profissional) e a MobilityRadeon (para notebooks), que usam outras nomenclaturas (a da Mobility Radeon lembra a das Radeon, mas com uma definição menor na série, enquanto a FireGL usa uma nomenclatura completamente diferente).
Se quiser uma tabela com os modelos das Radeon a partir da série 9000 até as mais atuais, visite este artigo do Clube do Hardware.
Bom, isso encerra os artigos de nomenclaturas de placas. Desculpem pelo atrado desse artigo, mas é que realmente o horário das faculdades anda bem mais apertado do que eu esperava, então a frequência de postagem agora será semanal (postarei sempre nos fins de semana).
Agradeço ainda pela divulgação que estão fazendo do blog, já que venho notado um considerável aumento no contador de visitação
Não é raro ver gente se complicando na hora de interpretar aquela sopa de letrinhas – e números – que são os nomes – ou melhor, "códigos" – que identificam as placas de vídeo. "É melhor uma 6600GT ou uma 7300GT?"' "A 5200 é uma boa placa?" "A 7600GS é o suficiente pro que eu quero?" "Por que a 7800GT é melhor que a 8400GS?"
Alguns entusiastas de hardware (ou apenas usuários mais familiarizados com placas da nVidia) podem achar algumas dessas perguntas tolas ou mesmo ridículas, mas elas são muito comuns e até certo ponto compreensíveis. Sim, porque no mercado brasileiro de componentes de informática o que menos há é informação. Vendedores, lojas e até revistas e jornais sobre o assunto enfatizam "nomes", "dados", "características" que eles julgam ser as mais importantes ou que viram outras pessoas julgar; ou seja, é a velha história da "Maria-vai-com-as-outras", disfarçada de senso comum e que nem sempre (ou quase nunca) propaga a verdade.
Pra quem boiou com o que eu falei, aqui vai um exemplo: "Compre esta placa. Ela é de 512MB". Ou ainda "Sim, claro que a 8400GS é melhor que a 7600GS. Ela é de uma série mais recente/o 'número' dela é maior". Julgar uma placa de vídeo pela memória que ela possui ou arbitrariamente pelo nome-código dela são práticas infelizmente bastante comuns e são apenas algumas entre várias armadilhas que encontramos pelo mercado de placas de vídeo.
Mas vamos ao que interessa à maioria de vocês: como entender aqueles benditos códigos das placas de vídeo. Vamos começar pela nVidia, especificamente a família GeForce, que é a que eu mais conheço; e imagino que a maioria aqui também (mas não deixaremos os fãs da ATI na mão. Em breve publicarei um guia para placas ATI família Radeon)
O Código
Bom, vamos à visão geral do código em si. Os nomes-código das placas da nVidia atualmente usam 4 dígitos e 2 ou 3 letras, como "6600GT", "7300GS", "8800GTX". Da série 5 pra trás, havia ainda duas letras, que determinavam a série propriamente dita (ou seja, é equivalente ao atual primeiro dígito – como na série 5 o código passou a incluir um dígito extra, se tornou tão inútil que as letras iniciais foram abolidas). De modo geral, os números designam alguma série de GPUs (processadores gráficos) e as letras indicam uma subclassificação de GPUs muito semelhantes. Veremos adiante que não é "exatamente" assim, mas a idéia é por aí.
Bom, vamos começar a entender o que cada dígito significa.
O primeiro dígito (x---- ---)
Esse dígito indica a série – ou geração – da placa. Como dito anteriormente, equivale às antigas duas primeiras letras, presentes nas séries 2 e 4 (MX) e 5 (FX). Ele indica mais o "nível da tecnologia geral" da série do que qualquer outra coisa. Ou seja, isso não vai indicar que a placa é necessariamente melhor do que outra; apenas dirá que ela é mais recente.
Como exemplo, temos a FX 5200 (série 5), a 6600GT (série 6), a 7800GTX (série 7), a 8500GT (série 8), por ordem de lançamento. Note que apesar de a 8500GT ser mais “recente” que a 7800GTX, seu desempenho não é necessariamente melhor (e não é, como veremos adiante).
Algumas séries existentes, da mais velha para a mais nova:
4 (MX), 5 (FX), 6, 7, 8 e a recém-lançada série 9.
Exceção: A 7100GS é uma exceção a essa regra, já que ela, na verdade, é da série 6 (seu nome original é 6200TC, mas foi rebatizada e "realocada" para a série 7, apesar de não ter as inovações incluídas nessa série).
As versões de Shader de acordo com cada série são:
Shader 1.1: MX4000 (forçado via programa/driver) Shader 2.0: Série 5 Shader 3.0: Séries 6 e 7 Shader 4.0: Série 8 e 9600GT Shader 4.1: Ainda sem suporte.
O segundo dígito (-x-- ---)
Ao contrário do que muitos (inclusive vendedores) pensam, esse é o dígito mais importante. É ele que determina a "categoria" da placa dentro de sua série e do "cenário" em que ela é lançada. Esse número classifica a placa em uma das três grandes categorias de componentes: "low-end" (baixo custo e baixo desempenho, para quem quer apenas ter uma placa que mostre uma imagenzinha legal e talvez jogue uma coisinha ou outra), "mid-end" (ou intermediária; é uma placa com desempenho de destaque, para quem quer pagar a mais para ter um bom processador de vídeo dedicado. É recomendada para gamers e para exibição 3D de peso até médio) e "high-end" (as "tops"; são placas de alto desempenho, para quem pode pagar o alto preço delas. São para entusiastas, gamers de maiores condições financeiras ou profissionais que precisam de processamento gráfico mais pesado).
Mas se o número vai de 0 a 9, como identificar como pertencente a um dos três segmentos? Simples:
0 a 5: Low-ends. Como já dito, são placas para aplicações simples ou, no máximo, jogos leves. São as mais baratas, mas com o menor desempenho e, infelizmente, as mais sucetíveis a "armadilhas", como barramentos limitados, memórias de baixa velocidade, componentes baratos e coisas do tipo (o que caracteriza as placas "capadas").
O dígito "0" (zero) é raro, presente normalmente em GPUs "onboard" (vídeo integrado). O dígito "5" é um pouco controverso, pois normalmente tem uma substancial diferença de desempenho em relação às outras low-ends (como a 8500GT, que possui desempenho e características bem superiores às da 8400GS, por exemplo), estando geralmente mais próximas do segmento mid-end (das "intermediárias").
Em dados mais "técnicos", é comum ver low-ends com barramento de memória de 64bits, embora algumas exceções possuam 128bits – e alguns desastres eletrônicos possuem apenas 32bits. Nos motores de sombreamento, é massiva a quantidade de placas que possuem apenas 4 deles (ou equivalente em stream processors, que usam uma contagem diferente). A memória usada é DDR ou DDR2 – raríssimos exemplares usaram GDDR3 (até onde eu lembro, apenas algumas 7300GT, de alguns fabricantes, saíram com memórias GDDR3).
Vale salientar uma coisa: todas aquelas placas ditas "expansíveis" (ou seja, que usam “Turbocache”, comendo uma parte da memória RAM do sistema pra operar) são do segmento low-end, então se a placa é desse tipo, tenha certeza que não é a mais recomendada para jogos.
Exemplos desse segmento: FX5200, 6200, 7100GS, 7300GT, 8500GT.
6 e 7: Mid-ends. Também chamadas de "intermediárias", são as placas que já podem ser recomendadas para jogos ou aplicações que exijam processamento gráfico dedicado. São placas com recursos completamente dedicados (nada de "memória expansível", e estejam gratos por isso) e têm um risco menor de virem "capadas", isto é, com características reduzidas pelo fabricante para cortar gastos.
O ponto forte geral desse segmento é a maior velocidade dos componentes (memórias e GPU), maior poder de processamento e a menor presença de limitadores (os barramentos são geralmente de 128bits, o "padrão" hoje em dia). Em outras palavras, a série intermediária é caracterizada por "placas de vídeo que nasceram pra ser placas de vídeo", mas que não têm a força bruta das high-end. Fazem parte de suas característicais gerais a presença de memórias de alta velocidade (duas ou três vezes a velocidade do GPU), barramento de 128bits e um número "médio" de motores de sombreamento. Placas overclockadas também geralmente começam a aparecer no segmento mid-end.
Na nVidia, o segmento intermediário é famoso pelas "600GT", conhecidas pela sua boa relação custo-benefício. Atualmente existem quatro: 6600GT, 7600GT, 8600GT e 9600GT. Eu pessoalmente recomendo placas dessa linha se você procura uma boa placa para jogos mas não quer vender um de seus rins pra pagar uma placa high-end.
Nota 1: Pela primeira vez, a nVidia começou uma série por uma mid-end, contrariando seu costume de inaugurar usando high-ends (como veremos a seguir). Então a 9600GT foi a "placa inaugural" da série 9.
Nota2: A 7300GT, apesar de ser uma low-end, usa o mesmo GPU da série 7600 (o G73, mas com um clock menor e 4 motores de sombreamento a menos), que pertencia ao segmento mid-end. Isso explica por que ela tem um desempenho tão superior ao das demais low-ends de sua série (ela podia bater até a 6600GT, a mid-end da geração anterior). Ela não deixa de ser uma low-end, mas aqui está a menção honrosa de seu lugar "de nascimento". Isso mostra também que nem sempre placas baseadas no mesmo GPU estão na mesma série - e que nem sempre a mesma série tem os mesmos GPUs.
8 e 9: High-ends. Essas são o "topo da cadeira alimentar". São as melhores entre as melhores, voltadas para alto desempenho, sejam jogos pesados ou processamento gráfico avançado. As high-end esbanjam do bom e do melhor em tecnologia, sendo geralmente as primeiras lançadas dentro de uma série nova (a 6800, a 7800GTX e a 8800GTX foram as primeiras a serem lançadas nas séries 6, 7 e 8, respectivamente; os modelos menores foram lançados em seguida - a exceção, como eu disse, fica para a série 9, que foi aberta pela 9600GT).
O tipo de memória utilizado é o mais rápido disponível (GDDR3 e GDDR4, atualmente, sendo que até o momento a nVidia não lançou placas com GDDR4) e o barramento é de 256bits ou mais, com clocks altos e um grande número de motores de sombreamento. O sistema de resfriamento é, geralmente, especial (já que pelos clocks elevados esses GPUs tendem a aquecer bem mais), e todos os extras no visual são geralmente utilizados, tanto para tornar a placa mais atrativa como pra fazer valer o que elas custam (e sim, elas custam MUITO).
Uma boa parcela dessas placas exige alimentação extra, fornecida por um cabo ligado diretamente na placa de vídeo; e não, sem esse cabo ela não funciona.
Por fim, duas observações importantes: as high-ends exigem uma fonte de alimentação potente (potência REAL), confiável e estável para poderem funcionar. Usar aquela fontezinha “de 400W” que veio no seu gabinete será um grande risco; se a placa conseguir fucncionar, ela ou vai funcionar de forma limitada ou vai pifar o PC quando exigido algum esforço dela – e há casos em que isso pode queimar a placa, a fonte e;ou outros componentes junto. Na dúvida, use uma fonte boa e de potência adequada.A segunda coisa é que essas placas ainda não fazem milagre sozinhas. Não adianta gastar 2 mil reais em uma placa de vídeo high-end se seu PC é aquele capenguinha com placa PC-Chips. Resumindo, tenha um PC à altura, pra não dar o famoso “gargalo” (o PC não acompanha a placa de vídeo).
O terceiro e o quarto dígito (--xx ---)
Esses dígitos raramente são usados. O 4º, particularmente, chega a ser inútil, já que é sempre "0" (zero). O terceiro dígito pode assumir os valores de 0 ou 5, representando uma alteração leve em um GPU de uma mesma série. Um exemplo desse uso foi na série 7900. Depois de algum tempo, foi feita uma edição melhorada dessa série, batizada de 7950.
A ATI, particularmente depois da geração HD3000, começou a dar mais uso ao 3º dígito, que agora assume os valores 5 ou 7, substituindo os nomes "XT" e "Pro". Mas isso fica pro tutorial das placas da ATI, que vou postar aqui depois.
As letras (---- yyy)
Essas letras servem como diferenciação interna entre placas de uma série de GPUs muito próxima. Podem ser duas ou três letras, que obedecem a uma ordem até certo ponto definida. Da pior para a melhor, temos:
XT,LE,SE,GS,[GT,GTS],GTX,Ultra
Note que "XT", na ATI, é o equivalente ao "GT", significando uma das melhores da série. Na nVidia, "XT" representa o pior GPU em uma série. As letras "XT" caíram em desuso pela nVidia a partir da série 7 (foram substituídas pelas letras "LE")
Existe ainda uma última sigla: "TC", que significa "Turbocache" (aquela "tecnologia" que rouba memória do sistema para servir diretamente à placa de video). Ela não está em todas as placas com Turbocache, mas serve para diferenciar GPUs com versões "normais" e "Turbocache". Alguns exemplos são as 6200TC e 6500TC (já que existem 6200 e 6600 com memória dedicada).
Dentro de cada segmento (low, mid ou high-end) algumas letras são mais comuns que outras. Tentando organizar isso, temos mais ou menos o seguinte:
- Low-end: Há uma forte presença das letras LE, e GS, com geralmente apenas uma placa com as letras "GT"; essa geralmente representa a placa low-end mais próxima do segmento intermediário (como a 7300GT e a 8500GT). Há ainda SE (só conheço uma: a 7300SE, que é uma 7200GS com outro nome) e XT. TC só existe nesse segmento, também.
- Mid-end: Geralmente há apenas duas placas nesse segmento. Uma “normal” e uma GT, uma GS e uma GT ou uma GT e uma GTS.
- High-end: É o único segmento a usar "GTX" e "Ultra". Geralmente possui ainda uma "GT" e uma "GS" ou "GTS".
Existe uma sigla especial, usada em placas com dois GPUs: GX2. Oficialmente, existe apenas uma placa desse tipo: a 7950GX2, que usa duas 7950 (com os clocks devidamente reduzidos, por questões de aquecimento) em um único slot. Já está previsto o lançamento de uma GX2 da série 8. Por último, uma observação: essas classificações são válidas apenas dentro da série, e no tempo em que ela foi lançada. Isso significa que não adianta achar que uma 5900 Ultra vai continuar sendo considerada uma "High-end" nos dias atuais, ou ainda que uma 8500GT – atualmente uma low-end – vai ser necessariamente pior que uma 6600, uma "mid-end" na sua época de lançamento. Esses segmentos aqui descritos são apenas a classificação interna de cada série, e cabe ao gamer fazer uma pesquisa sobre que placa será mais adequada às suas necessidades, ao seu poder aquisitivo e à época em que ele está.
Uma observação: Essa nomenclatura é apenas para placas GeForce (e Geforce Go). A nVidia fabrica outras séries, como a Quadro (de edição 3D profissional) e a Tesla, (de processamento central) que seguem uma nomenclatura diferente.
[Pra quem tem preguiça, pros tempos atuais eu recomendo a 8600GT ou a 9600GT. Se você tem grana, uma 8800GT]
Quer uma tabela com todos os modelos mais atuais de placas da série GeForce lançadas? Visite este artigo do Clube do Hardware. (há apenas um erro nessa tabela: a 7300GT é mostrada como "TC", quando na verdade não é).
A nVidia recentemente lançou a caráter oficial sua nova geração de chips gráficos (é, aqueles processadores das placas de video): a série 8, batizada com o nome-código de G80 (assim como a série 7 foi chamada de G70 e G71. O título "finalmente" não foi à toa, e também não tem muito a ver com a data de lançamento; trata-se da quantidade de inovações tão aguardadas que vieram nessa nova geração, que está para ser outro divisor de águas na história das placas de vídeo.
As inovações, resumindo pra depois explicar, são:
- Suporte ao Pixel e Vertex Shader 4.0 (e DirectX 10) - Arquitetura de Shader unificada - Revolução no número de motores de sombreamento. - Interface de memória ampliada (320bits pra cima) - Anti-Aliasing + HDR rendering de 128bits - SLI triplo/quádruplo?
Primeiramente, chegou a primeira placa do mercado com suporte ao DirectX 10 e ao modelo Shader 4.0, que controla o sombreamento de texturas, polígonos e vértices. Resumindo, é o que permite um monte de efeitos realistas de iluminação e sombreamento (a maioria dos jogos mais atuais só roda com essa tecnologia, pelo menos em sua versão 1.4, o que está fazendo com que muitas pessoas estejam tendo que trocar suas placas de video. Comento sobre isso mais à frente). As placas mais "comuns" aqui no Brasil são (infelizmente) a MX4000 (que tem Shader 1.4, mas que só roda forçado) e a FX5200 (Shader 2.0), sendo substituídas (na teoria) pela 6200, que usa o Shader 3.0. Temos, então, quatro modelos principais de Shader, que podemos comparar pela tabela a seguir, "emprestada" do Clube do Hardware :
Shader 1.0
Shader 2.0
Shader 3.0
Shader 4.0
Instruções de Vértice
128
256
512
65.536
Instruções de Pixel
4+8
32+64
512
65.536
Constantes de Vértice
96
256
256
16 x 4.096
Constantes de Pixel
8
32
224
16 x 4.096
Registradores Temporários de Vértice
16
16
16
4.096
Registradores Temporários de Pixel
2
12
32
4.096
Entradas de Vértice
16
16
16
16
Entradas de Pixel
4+2
8+2
10
32
Alvos de Renderização
1
4
4
8
Alvos de Texturas
-
-
4
128
Texturas de Pixel
8
16
16
128
Tamanho da Textura 2D
-
-
2.048 x 2.048
8.192 x 8.192
Operações de Inteiros
-
-
-
Sim
Operações de Carga
-
-
-
Sim
Derivativos
-
-
Sim
Sim
Controle de Fluxo de Vértice
-
Estático
Estático / Dinâmico
Dinâmico
Controle de Fluxo de Pixel
-
-
Estático / Dinâmico
Dinâmico
Não é preciso ser nenhum gênio pra ver uma porção de números enormes na coluna do Shader 4.0. Ele tem muitas instrunções que permitem cálculos e processamento mais rápidos e uma gama maior de efeitos. Há ainda uma outra novidade: o cálculo de geometria, que normalmente era feito pelo processador da máquina, agora é feito diretamente no processador gráfico, aliviando a carga do seu processadorzinho e melhorando os gráficos ainda mais.
Quem acompanha as placas de video há algum tempo sabe que os processadores graficos têm motores de sombreamento separados para Pixels, vértices e simulação física (e agora, cálculos de geometria). A nVidia "inalgurou" uma tecnologia onde cada motor gráfico pode ter uma função diferente, dependendo da necessidade. Por exemplo: o jogo está exigindo da placa 14 motores de sombreamento de pixels e dois de vértices; a placa tem, no total, 12 motores para pixels e 8 para vértices. Estão sobrando 6 motores e tem 2 processos aguardando a boa vontade dos outros; a nVidia solucionou isso com os motores de alocação dinâmica (ou seja, cada um faz o que der na telha!) de acordo com a necessidade. O "inalgurou" está entre aspas porque essa "novidade" foi citada pela ATI há algum tempo, como uma inovação para o chipset gráfico que equiparia o XBox360 e a nova geração R600; A nVidia foi mais esperta e botou logo a idéia no mercado ^^.
Bom, não bastasse o fato de cada motor ter uma função variada, a nVidia literalmente avacalhou no número de motores: 96 para a 8800GTS e 128 para a 8800GTX!!! Só pra se ter uma idéia, o chip nVidia com maior número de motores gráficos era o 7900, com 24 motores de sombreamento, e a ATI prometeu apenas 64 para o chip novo dela, o R600. Realmente, dessa vez a nVidia fez bem; MUITO bem.
Interface de memória. Isso é um dado normalmente esquecido quando se fala de placas de vídeo (bem, na verdade só se fala em memória, mas voltemos ao assunto). Ele mostra quantos bits são transferidos do chipset para a memória de video, e vice versa, a cada pulso de clock. As placas normalmente têm um barramento de 128bits (64 nas versões "barateadas" e "bichadas"), ou de 256bits nas placas mais topo de linha. Mais uma vez, a criadora da Geforce dá um pontapé nos números: agora o G80 tem vários barramentos de memória, cada um de 64bits e com seu próprio cache L2 (que seria uma memória pequena pra guardar dados mais urgentes). Como o 8800GTS tem 5 barramentos e o GTX tem 6, essas placas têm, nessa ordem, 320 e 384 bits de transferência!!! Tá achando pouco? Beleza, como cereja no bolo a nVidia colocou 640MB (GTS) e 768MB (GTX) de memória GDDR3 (é... infelizmente ainda não é GDDR4, mas quem se importa? ^^).
Muita gente reclamava que as placas da nVidia não suportavam a utilização de Anti-Aliasing (uma espécie de redução de serrilhados) e HDR rendering (um efeito que dá um ar mais realista à iluminação, ao sombreamento e às cores da imagem) ao mesmo tempo. Ou um, ou outro, nunca os dois. Agora, além de permitir que os dois recursos sejam usados, agora a precisão de ponto flutuante é de 128bits, contra 64 das demais placas. Legal, né?
Por fim, um detalhe curioso encontrado nas placas de referência: elas possuem DOIS conectores SLI na lateral, ao invés de um só. Será que a nVidia pretende colocar mais placas ao mesmo tempo? Se todas as placas tiverem que estar ligadas umas às outras, teoricamente teríamos 3 placas (cada uma ligada com as outras duas), ou seja, o mesmo que a ATI pretende com o Triple Crossfire. Porém, há quem diga que possam ser quatro placas interligadas. Isso só o futuro dirá.
Ah, o preço? Tão saindo na faixa de 600 dólares a 8800GTX e 500 dólares a 8800GTS, ou seja, não chegam aqui por menos de dois mil reais. É dinheiro ou não é?
Outra coisa: fonte pra aguentar elas só sendo uma de 400W, daquelas bem boas (OCZ, Seventeam, Thermaltake e a propaganda aqui rolando solta e eu sem ganhar nada por isso ¬¬)
Quer conferir umas amostras dos gráficos que essas garotinhas produzem? Dá um pulo no site da nVidia.