
Então vamos lá.
Placa-mãe
Acho que boa parte de vocês imaginava que eu ia começar pelo processador. Bom, eu acho que se vamos falar de todo o PC, devemos começar pela “base” dele; e é basicamente isso que a placa-mãe é.

Também chamada de “motherboard” ou “mobo”, a placa-mãe é, como o nome sugere, a placa principal do computador. É basicamente ela que vai unir todos os outros componentes, além de controlar o fluxo de dados entre cada um - então essa peça é um fator que determina que componentes vão ou não ser compatíveis com seu computador.
Basicamente, ela comporta o soquete (“encaixe”) do processador, os soquetes de memória, os slots para placas offboard (incluindo video) e as portas para HDs e outros periféricos.
A placa-mãe possui vários chips (como controladoras e codecs) e há um ou dois deles que possuem uma importância maior : são o que é chamado de “chipset” (que pode ser formado por “ponte norte” – ou Northbridge – e “ponte sul” – Southbrige – ou por apenas um chip, que incorpora a função dos dois anteriores). O chipset é basicamente o principal chip de controle do computador. É ele que determina como os barramentos do PC vão funcionar, ou seja, ele controla como e para onde os dados vão dentro do PC. É o chipset ainda que pode controlar o video, audio e rede onboard (esses dois últimos geralmente assistidos por chips extras) além do número de slots e de portas que a placa-mãe vai ter. Em processadores Intel, é o chipset que vai controlar também as memórias, então está diretamente relacionado ao desempenho do PC (uma controladora de memórias ruim vai reduzir o desempenho do PC). Processadores AMD a partir do soquete 754 já vêm com a controladora dentro deles, então a placa-mãe influi menos no desempenho (mais ainda é importante, especialmente no suporte a outros componentes).
Estão agregadas à placa-mãe também a BIOS, o CMOS e alguns outros componentes importantes no controle e identificação das demais peças do PC.
A importância dela é como base. Uma placa-mãe melhor e mais atual oferecerá suporte a peças mais recentes, e pode oferecer um desempenho melhor (especialmente em plataformas Intel). É o soquete dela que vai determinar ainda que processadores são compatíveis.
Algumas marcas de placas-mãe: Asus, Gigabyte, MSI, ECS, PC-Chips, DFI, Abit, as próprias Intel e AMD-ATI...
Alguns soquetes para processadores (do mais novo para o mais velho):
AMD: 462 (Soquete “A”), 754, 939, AM2 (chamado por alguns de “940”, mas isso pode causar confusão com o 940 dos processadores Opteron) e AM2+. (Recomendáveis para os tempos atuais: AM2 ou AM2+)
Intel: 423, 478, 775 (ou “LGA”). Recomendáveis: Apenas o LGA775
Processador
Tá aí uma peça conhecida e valorizada do PC, mas que na prática poucos sabem realmente julgar ou mesmo saber a função dele. “Processador Intel”, “Processador AMD”, “Core 2 Duo”, “Athlon 64”... vocês ouvem bastante esses nomes. Tanto que às vezes eles acabam “virando” o nome do próprio computador (erroneamente, por sinal). Vamos explicar então o motivo.

O processador é o cérebro do PC. É ele que processa os cálculos e instruções. Enfim, é ele que “pensa”. Ele usa os dados dos programas no seu HD, coloca na memória RAM o que está usando , processa tudo e exibe os resultados na sua tela. Ou seja, ele precisa estar integrado e sincronizado com várias outras peças do computador.
Para isso, o processador é ligado diretamente na placa-mãe, através do soquete, e precisa acessar a memória RAM de forma rápida (nos Intel, ele acessa através da controladora presente na Ponte Norte da placa-mãe. Nos AMD, o processador acessa a memória diretamente).
Um outro nome para “processador” é “CPU” (de Central Processing Unit, ou Unidade de Processamento Central). É errôneo você chamar o computador todo de CPU. Aquela peça grandona com formato de paralelepípedo é o “gabinete”, ou ainda "torre", então fique ligado.
O processador trabalha a uma certa “velocidade” (chamada de “clock” e medida em pulsos por segundo, ou Hertz), uma quantidade de memória interna (cache) além de sua arquitetura interna. As diferentes gerações de processadores geralmente têm um soquete próprio, para que só sejam compatíveis com as placas-mãe certas. Marcas diferentes de processadores usam soquetes diferentes também.
Quanto às marcas de processador para desktop, existem basicamente duas: Intel e AMD. Há ainda outras marcas, mas a maioria delas sumiu do mercado, foi engolida por outras ou então trabalha em segmentos específicos (como a VIA, que produz processadores integrados a placas-mãe, de baixíssimo consumo).
A lista de soquetes é a mesma dos soquetes de placas-mãe, então dê uma olhadinha na seção acima, caso precise de alguma referência.
Memória RAM
O uso dela é bem mais simples, porém mais importante, do que se imagina. Ela é simplesmente o espaço que o processador usa para estocar os dados que está usando no momento. Ela, porém, precisa ser bastante rápida para poder suprir as necessidades do processador com eficiência.

É uma memória relativamente rápida, porém volátil e que se “apaga” quando o PC é desligado. Em uma comparação, é como se a memória RAM fosse uma mesa ou escrivaninha onde um certo funcionário (o processador) está trabalhando. Os dados em si são guardados num armário (o HD), que tem um acesso bem lento, então as informações mais importantes e mais usadas são guardadas temporariamente na mesa (memória RAM) e acessadas quando necessário.
A memória RAM é instalada em soquetes na placa-mãe, então a compatibilidade delas depende principalmente de dois fatores:
- da placa-mãe em si (ou da controladora de memória presente nela, caso seja para processadores Intel)
- do processador (especialmente se for um AMD, que possui a controladora de memória integrada a ele).
A memória também possui um clock (geralmente bem mais baixo que o do processador), latências (o número de pulsos que a memória demora pra fazer alguma coisa), além de um “tipo”, como SDR (também chamada de “DIMM”), DDR, DDR2 ou DDR3. Existem alguns tipos mais antigos, mas que não vale a pena citar.
Quanto mais rápido o acesso à memória RAM, melhor o processador vai trabalhar, então um módulo de memória com um bom clock e baixas latências ajudam bastante no desempenho geral do PC.
Falando de marcas, existem simplesmente várias. Há a Kingston, a Corsair, a OCZ (que tem uma fábrica aqui no Brasil), a Geil, a Samsung, a Patriot e várias outras. Aqui no Brasil são mais comuns as "genéricas" (memórias sem marca, mais baratas) e as Kingston. Espera-se que com a produção nacional de memórias OCZ, elas fiquem mais comuns por aqui também.
Placa de vídeo
Trabalhar com processamento gráfico passou a exigir processamento dedicado, especialmente depois do advento de jogos mais pesados. Resultado, a função de processamento gráfico (que exige muitas operações geométricas, vetoriais e várias cálculos usando ponto flutuante) foi passada para uma placa separada, com processador, banco de memórias e controladoras próprias.

A placa de vídeo (que costuma ser erroneamente julgada apelas pela memória que tem) possui um processador especial, focado em processamento geométrico e com instruções próprias para seu fim, como formação de vértices e sombreamento. O processador gráfico (ou GPU), portanto, é que é de fato a parte mais importante da placa de vídeo. Como todo processador, ele também precisa de um banco de memória dedicado, e de alta velocidade (tanto que as memórias de vídeo avançam mais em tecnologia que as memórias RAM usadas nos PCs. Já estamos prestes a ver memórias GDDR5, enquanto os PCs ainda aguardam a popularização do padrão DDR3).
Como todo processador, o GPU tem também um consumo elétrico. Quanto melhor a placa, portanto, mais ela vai exigir da alimentação do PC. Por isso é bom possuir uma fonte potente e confiável caso você vá usar uma placa de vídeo mais robusta.
Marcas existem basicamente duas: nVidia e ATI.
Aconselho ler os guias de nomenclatura de placas (da nVidia e da ATI) e o guia de sobrevivência de placas de vídeo, presentes nesse blog.
Disco rígido (HD)
Esse quase todo mundo sabe. É o local onde os dados do computador são armazenados, mesmo depois que o computador é desligado.

Obviamente usam um tipo de memória diferente da memória RAM; os HDs atuais podem ser de discos magnéticos (os HDs convencionais), formados por memória Flash ou SSD (Solid State Disk) ou ainda discos híbridos, que misturam memória com discos magnéticos e memória flash. São mais lentos que a memoria RAM; em compensação eles guardam os dados mesmo depois que o PC é desligado. Por isso são a memória de armazenamento do computador, enquanto que a RAM é mais uma “memória de trabalho”.
O HD é conectado à placa-mãe por um barramento ou uma porta. Os dois padrões mais encontrados são o PATA (chamado ainda de IDE) e o SATA (disponível nos padrões SATA-150 e SATA-300, ou “SATA1” e “SATA2”). Uma observação sobre SATA-150 e SATA-300 é que eles são compatíveis entre si, mas a velocidade fica limitada pela ponta mais lenta (um HD SATA-300 só vai funcionar a 150 se usado numa porta SATA-150. O mesmo vale pra um HD SATA-150 numa porta SATA-300.
Entre marcas, existem a Samsung, a Seagate, a Maxtor (pertencente à Seagate agora), a Western Dgital, a Iomega e outras.
Fonte
Sim, a fonte “existe” e é importante para o PC, embora muitos a ignorem. Ela é a peça que vai garantir que o seu PC receba a quantidade de energia certa, bem-distribuída entre cada peça e de forma estável. É ela ainda que (em tese) protege o PC de picos de energia, variações de corrente, curto-circuito e coisas do tipo.

Uma fonte, para ser boa, precisa ser confiável e potente. E quando eu falo em “potente”, falo em potência real média, e não potência “de pico”, como muitos fabricantes costumam mostrar. É muito fácil você fazer uma fonte sobreviver a um pico de 400W, mas fazer ela agüentar funcionar com 400W contínios de carga é outra história. A maioria das fontes “genéricas” (essas que vêm no gabinete) que vemos por aí não agüentariam nem perto disso.
Para um computador de um brasileiro comum, 300 a 350W reais são suficientes. 400W é o ideal. Ponto. Dificilmente um computador vá exigir mais que isso. A questão é, portanto, pegar uma fonte que seja confiável e que ofereça boas proteções.
E fuja dessas fontes que custam menos de 200 reais e são rotuladas como “fontes de 500, 700, 900W”. Isso é simplesmente absurdo. Uma fonte de 400W reais, hoje em dia, custa entre 120 e 250 reais, dependendo do lugar do Brasil. Uma de 900W reais é quase inimaginável (e desnecessária).
Antes de comprar uma, recomendo pesquisar bastante.
Entre as marcas, temos a Thermantake, a Seventeam, a Corsair, a OCZ, a Cooler Master, a Enermax e outras.
Tem ainda várias outras peças, como placas de som, placas de captura, drives óticos... mas esses componentes são mais especializados e mais “supérfluos” do que obrigatórios, então não faz sentido eu descrever aqui.
Por fim, desculpem a demora. No próximo tutorial, um aprofundamento sobre placas-mãe.
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