domingo, março 09, 2008

Guia de sobrevivência sobre placas de vídeo

Depois de ver por aí muita gente se complicando na hora de comprar ou escolher uma placa de vídeo, resolvi deixar de esperar até meu artigo completo sobre VGAs (que virá dentro da série de artigos sobre hardware) e preparar logo um guia de sobrevivência, a caráter emergencial, com as principais dicas pra você levar em conta na hora de comprar sua amada plaquinha.


1 - Nunca. NUNCA julgue uma placa de vídeo pela memória que ela tem. A memória é apenas o espaço que a placa vai usar pra trabalhar, o que não necessariamente significa que ela vá trabalhar depressa. Há quesitos muito mais importantes, como o GPU (processador gráfico) usado, o tipo de memória (DDR, GDDR2, GDDR3, GDDR4), o barramento de memória (medido em bits) e os “clocks”, ou seja as velocidades de cada componente.

2 - Se a dica acima te confundiu, pense na placa de vídeo como um pequeno computador. Ele tem processador (GPU), “placa-mãe” (o PCB) e memórias (memória de vídeo), tem consumo elétrico e cada componente tem sua velocidade. Seu “PC-de-video” precisa ser balanceado pra poder ser bom, então se ligue em todos os detalhes.

3 - Um bom GPU não tem apenas um clock (em MHz) elevado, mas se comunica com a memória com um barramento razoável (128 ou 256 bits, pelo menos) e tem uma boa quantidade de motores de sombreamento ou de stream processors (unidades dinâmicas que processam geometria, sombreamento de pixels e sombreamento de vértices; existem apenas em placas a partir do DX10). [MUITO cuidado, já que essas informações não estão escritas na caixa da placa]. Ele também deve ter um bom suporte a tecnologias mais recentes, expressas por sua versão de DirectX (atualmente as mais atuais são a 10 e a 10.1, sendo a 9.0c ainda muito comum).

4 - As suas principais opções em matéria de GPU são as séries Geforce e Radeon, fabricadas respectivamente pela nVidia e pela ATI. Há outras marcas de processadores gráficos no mercado, mas não são fáceis de achar e em geral não são muito boas. Outro lado bom é que a nomenclatura das Geforce e das Radeon é relativamente parecida, então é mais fácil comparar e saber a “categoria” da placa pelo nome.

Tenho dois artigos nesse blog com o guia da nomenclatura dos GPUs Geforce e Radeon. Aconselho dar uma lida.

5 - E falando em Geforce ou Radeon, como eu disse, esses são apenas GPUs. A placa em si incorpora o GPU junto com as memórias e todo o circuito impresso (PCB), mas a nVidia e a ATI geralmente fabricam apenas o processador gráfico, ficando a cargo de outros fabricantes montar o resto dos componentes. Por isso existem placas de vídeo “da ASUS”, “da XFX”, “da eVGA”, “da MSI”, “da Gecube”, “da Diamond”... quando na verdade os GPUs são fabricados pela nVidia ou pela ATI e as placas montadas por terceiros.
A nVidia chega a fabricar algumas placas, mas são geralmente amostras para testes de placas novas. A ATI sim costuma fabricar placas completas comercialmente, que são apelidadas pelos gamers de “BBA” (“built by ATI”, ou “construída pela ATI”).

6 - Partindo para as memórias, atualmente os tipos mais comuns são GDDR2 e GDDR3, existindo ainda a GDDR4 (o “G” vem apenas de “graphics”, então se alguém disser que a placa de vídeo tem memórias “DDR3” ou “GDDR3”, não se preocupe, ele está falando da mesma coisa). Houve ainda DDR e SDR, mas essas eram usadas em placas mais antigas (Radeon 9200, FX5200, MX440...) e raramente são vistas. Lembrando: o tipo de memória de vídeo usado não tem nada a ver com as memórias suportadas pela sua placa-mãe ou processador, então não há problemas de compatibilidade desse tipo (já ouvi diversas pessoas perguntando se há problemas em usar uma placa de vídeo com memórias GDDR3 numa placa-mãe que só suporta memórias DDR2; a resposta é “não, não tem problema algum”).
Numa visão geral, GDDR2 é vista em placas low-end, GDDR3 em Mid ends e High-end e GDDR4 apenas em algumas High-ends específicas.

7 - Um detalhe crucial é o consumo elétrico da placa. Em geral, placas a partir do segmento intermediário (segundo dígito maior que 5, como 8600GT ou 7900GTX) precisam de uma fonte de alimentação com potência REAL (não interessa se “tem escrito na caixa” ou se “o vendedor ta dizendo que é real”. Pesquise sobre a fonte antes de comprar).

Mas por que isso? Simples. Se sua fonte não oferece energia suficiente, a placa de vídeo pode ficar instável, não funcionar direito ou ainda sobrecarregar e queimar a fonte (e a queima da fonte pode levar outros componentes pro lixo também, inclusive a própria placa de vídeo). E as fontes genéricas que geralmente vêm no gabinete não são suficientes pra uma placa de vídeo mais potente. No final, é melhor gastar numa fontezinha melhor do que arriscar queimar sua placa de vídeo numa fonte safada.

8 - Dimensione a placa primeiramente pelo dinheiro que você tem, e pelo resto dos componentes do seu PC (especialmente a fonte). Do contrário você pode acabar ficando sem grana para o resto das peças ou sub/superdimensionando a placa em relação aos demais componentes.

9 - A dica acima merece atenção a um detalhe, ou ela se tornará uma faca de dois gumes: não adianta uma placa estar “dentro do orçamento” se ela não é suficiente pro que você quer ou se tem uma placa que custa levemente mais e traz um benefício bem maior ou ainda se a placa que você está comprando é capada. Por exemplo, não adianta comprar uma 8500GT pra rodar Crysis no máximo; especialmente quando se tem a 8600GT e a HD2600XT por pouco a mais e com quase o dobro do desempenho. E se você só tem grana pra uma 8400GS ou HD2400Pro, é melhor juntar pra comprar uma placa de vídeo melhor de vez.

Do mesmo modo, não adianta investir numa placa “overpower” se o resto do PC não acompanha.

10 - Pesquise antes de comprar. Isso parece meio óbvio, mas é sério, muita gente esquece disso e compra a primeira placa que vê pela frente, ou então cai na primeira (ou segunda) conversa de vendedor que ouve. Prefira reunir todas as informações que puder, e de preferência atualizadas (tecnologias e principalmente preços mudam muito rápido, então é bom estar bem informado).



Enfim, acho que é isso. No próximo artigo, começo o tutorial básico sobe hardware, falando um pouquinho sobre a utilidade de cada componente e, nos artigos seguintes, falando mais especificamente sobre cada uma das peças, os termos técnicos usados e o básico do que vocês precisam saber para entender melhor seu PC. Acreditem, será algo útil.

2 comentários:

Anônimo disse...

ficô ótimo esse guia, cara!


vo voltar a estudar hardware :P

Jonas disse...

Muito bom!!!!!

mas olha o que eu vi uma vez no anúncio do google

"Placa G-Force é aqui
Verde 8400 GS 64 Bit 256 MB 10X de R$ 10,12 Sem Juros"

G-force, muito bom